quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Definição de genética

A genética é o campo da biologia que estuda a natureza química do material hereditário, isto é, o mecanismo de transferência das informações contidas nos genes, compartilhados de geração em geração (dos pais para os filhos).
Além de auxiliar  na identificação de anormalidades cromossômicas, ainda durante o desenvolvimento embrionário, promove em caráter preventivo e curativo a utilização de terapias gênicas como medidas corretivas.
A maior colaboração para a genética atual foi dada pelo monge Gregor Mendel, através de seus experimentos com ervilhas e a proposição de suas leis (segregação independente), mesmo antes de se conhecer a estrutura da molécula de DNA.

Disponivel em < http://www.brasilescola.com/biologia/genetica.htm >. Acesso em 28 de fevereiro de 2012.

Teste de DNA dando ênfase a técnica de eletroforese

O DNA (ácido desoxirribonucleico) é um dos ácidos nucleicos e pode ser encontrado tanto no interior quanto no exterior das células. Embora o DNA tenha se tornado conhecido apenas nas últimas décadas devido à popularização dos exames para identificação de paternidade duvidosa, ele já era conhecido no meio científico desde o início da década de 1950, quando ficou comprovado que o DNA é o material que constitui os genes. Através do DNA é possível identificar pessoas para esclarecer uma possível participação em um crime e também na realização de testes de paternidade. É importante lembrar que, com exceção dos gêmeos univitelinos, o DNA de cada pessoa é único.
Disponivel em < http://www.accessexcellence.org/RC/VL/GG/dna_molecule.php >. Acesso em 28 de fevereiro de 2012.



O teste de DNA, chamado de DNA figerprint ou impressão digital genética, fornece um grau de confiabilidade bastante alto, ultrapassando 99,9% de certeza em seu resultado. Devido a isso, esse teste é muito empregado na determinação de paternidade e na resolução de crimes.
Para que haja a identificação de uma pessoa através de seu DNA são utilizadas sondas capazes de detectar sequências do DNA humano. Essas sequências de DNA são chamadas de VNTR (Variable Number of Tandem Repeats - número variável de repetições em sequência) e são compostas por sequências curtas de nucleotídeos que se repetem ao longo de trechos da molécula de DNA. Cada pessoa tem um padrão específico de repetição dessas unidades e esse padrão é herdado de seus pais.
Quando amostras de DNA são obtidas através de pelos, sangue, pedaços de pele, esperma etc., é possível o isolamento do DNA utilizando enzimas de restrição. Após o uso das enzimas, o DNA fica fragmentado, ou seja, separado em pequenos pedacinhos. Em seguida, esses pequenos pedaços são separados em um processo chamado de eletroforese, que utiliza corrente elétrica.  Após o término da eletroforese, um equipamento que utiliza luz ultravioleta e corante específico traduz a imagem do DNA, que então poderá ser estudada pelos pesquisadores.

Imagem mostrando a observação da eletroforese: técnica aplicada para a identificação dos fragmentos do DNA:

Vídeo retirado do you tube mostrando o processo de eletroforese:


Texto retirado de < http://www.brasilescola.com/biologia/teste-de-dna.htm >. Acesso em 28 de fevereiro de 2013.

Marcadores moleculares nos recursos genéticos e no melhoramento de plantas

Disponivel em < https://www.dti.ufv.br/bioagro/files/fra/linhas.htm >. Acesso em 28 de fevereiro de 2013.

Tipos de descritores
Usam-se hoje uma técnica para o melhoramento de plantas chamado descritores, os disponíveis são: os morfológicos, de proteínas, enzimas e os de DNA.
Os descritores têm tido papel fundamental na divulgação das características agronômicas de novos materiais genéticos e podem influenciar decisivamente na escolha de variedades por parte de agricultores e outros interessados. Descrevendo-os;
·     Descritores baseados em proteínas e enzimas: o uso desses representou um avanço para o melhoramento de plantas, não apenas na caracterização de cultivares, mas também porque possibilitou a obtenção de estimativas de distância genética entre genótipos e, assim, o acesso à variabilidade existente.
·   Descritores de DNA: tem capacidade de detectar variação genética adicional, onde permiti uma ampla amostragem do genoma de um indivíduo.

Marcadores moleculares na caracterização de cultivares
Como já foram citados com detalhes esses marcadores na postagem anterior sobre o trabalho com o tema: Diversidade genética e técnicas biotecnológicas, iremos aqui fazer apenas uma revisão desses marcadores.
Marcadores moleculares: características de DNA que diferenciam dois ou mais indivíduos e são herdadas geneticamente.
Os principais tipos de marcadores moleculares podem ser classificados em dois grupos, conforme a metodologia utilizada para identificá-los:
Hibridização de sequência de DNA:
·         RFLP (“Restriction Fragment Length Polymorphism”);
·         Minissatélites ou locos VNTR (“Variable Number of Tandem Repeats”).
Amplificação de DNA:
·         RAPD (“Random Amplified Polymorphic DNA”);
·         Microssatélite (ou SSR - “Simple Sequence Repeats”);
·         AFLP (Amplified Fragment Length Polymorphism).

Comentando um pouco sobre suas funções dessas técnicas:
RFLP: tem revelado um grau de polimorfismo de intermediário a baixo, conforme a espécie. Mesmo assim têm sido utilizados em um grande número de estudos de caracterização de cultivares (Gebhardt et al., 1989; O’Donoughue et al., 1994; Autrique et al., 1996) . Isso tem sido devido rincipalmente a sua alta consistência e repetibilidade na obtenção dos resultados.
Os minissatélites ou locos VTNR: apresenta alto grau de polimorfismo, decorrente da variação na distribuição dos sítios de restrição, das sondas utilizadas, e do número e tipos das sequências repetitivas. De fato, utilizando apenas uma sonda de minissatélite, Nybom et al. (1990) caracterizaram quatro cultivares de Malus sp., quatro de Prunus serotina e oito de Rubus sp.
RAPD: tem a desvantagem de ser de repetibilidade baixa e pouco consistente de um laboratório para o outro, o que dificulta a comparação de dados obtidos em diferentes locais. Assim, cuidados devem ser tomados na padronização da técnica no laboratório para a caracterização de cultivares. O nível de polimorfismo obtido com RAPDs varia grandemente com a espécie em questão, e tem sido utilizada com sucesso na caracterização de variedades de cevada (Tinker et al., 1993; Penner et al., 1998), e arroz (MacKill, 1995), entre outras.
Microssatélites: elevado polimorfismo, por isso é uma das melhores opções para uso na caracterização de cultivares, especialmente em germoplasma aparentado e de baixa variabilidade.
AFLP: possui grande capacidade para detecção de variabilidade genética e uso em caracterização de cultivares. De fato, tem sido utilizado com sucesso em girassol para essa finalidade (Hongtrakul et al, 1997).
Entre as vantagens do uso desta estão o alto grau de polimorfismo e o mais alto número de marcadores obtidos por gel analisado.

Aspectos importantes na proteção de cultivares por marcadores de DNA
O potencial de uso de marcadores moleculares para a caracterização de cultivares com fins de proteção é enorme, como têm revelado trabalhos com diversas espécies vegetais (Milach, 1998b; Pecchioni et al, 1996).
O uso de marcadores moleculares para registro de novas variedades ainda é limitado, mesmo em países onde a proteção de cultivares já é praticada há bastante tempo.
No entanto, com a recente disponibilidade de tecnologias de DNA que revelam alto nível de polimorfismo e consistência nos resultados, é provável que os marcadores moleculares passem a ser incluídos no registro de novos genótipos.
Existem, contudo, ainda muitas questões relevantes a respeito da implementação rotineira de marcadores moleculares para caracterização de cultivares com vistas a proteção legal por parte dos interessados em usar esta tecnologia.

Usos da caracterização e proteção de cultivares
A caracterização de cultivares com marcadores moleculares, quando feita sistematicamente e com técnicas padronizadas, podem levar a obtenção de um banco de dados precioso por parte do programa de melhoramento. Esses dados poderão ser utilizados para inúmeros objetivos, incluindo: a verificação de genealogias não confiáveis ou com falta de informação (Lee et al., 1990); acesso a variabilidade existente no programa e grau de diversidade genética (O’Donoughue et al., 1994; Cao & Oard,N1997); auxílio no planejamento de cruzamentos, especialmente no caso de genótipos elites e aparentados (Lee, 1995); definição de grupos heteróticos (Hongstrakul et al., 1997) ; entre outros.
O conhecimento do padrão molecular de cultivares possibilitará também o teste de pureza genética de lotes de semente, e em alguns casos até de grãos.
No caso da indústria cervejeira, que ajusta o processamento industrial para cultivares específicas, a identificação precisa do germoplasma pode ser requerida em várias etapas, incluindo na chegada do produto na maltaria.
Várias organizações já utilizam testes bioquímicos para checar a qualidade do processo e da semente produzida (Smith & Smith, 1992). Os marcadores moleculares também poderão ser utilizados com esse objetivo.

Referência
MILLACH. Sandra. Marcadores moleculares nos recursos genéticos e no melhoramento de plantas. Recursos Genéticos e Melhoramento de Plantas para o Nordeste Brasileiro. Sandra Cristina Kothe Millach. Ph.D., Professora Departamento de Plantas de Lavoura. Fac. Agronomia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Diversidade genética e técnicas biotecnológicas

A diversidade genética junto com os fatores abióticos é responsável pela manutenção do equilíbrio e estabilidade dos ecossistemas, e constitui fonte inestimável de recursos econômicos. Dessa forma, a diversidade genética, além do seu valor intrínseco, agrega valor ecológico, genético, social, econômico, científico, educacional, cultural, recreativo e estético (DIAS, 2000).
 A biodiversidade ou diversidade biológica refere-se à variedade de vida no planeta terra, incluindo: a variedade genética dentro das populações e espécies; a variedade de espécies da flora, da fauna e de microrganismos; a variedade de funções ecológicas desempenhadas pelos organismos nos ecossistemas; e a variedade de comunidades, habitats e ecossistemas formados pelos organismos (DIAS, 2000).
O Brasil é considerado hoje o país da megadiversidade, uma vez que detém a maior diversidade biológica do planeta, tanto em relação às potencialidades genéticas quanto em relação ao número de espécies e de ecossistemas (ODALIA-RÍMOLI et al., 2000). Além disso, apresenta notável participação (20%) dos estoques de água doce no mundo, absorvendo ainda imensos estoques de carbono, os quais são de extrema importância na regulação do clima regional e global (VERÍSSIMO, 2006).
 Quanto ao número total de espécies, Becker, Ramos e Moura (2006) destacam o Brasil como:
Primeiro lugar em número de plantas (55 mil espécies vegetais).
Primeiro lugar em anfíbios (517 espécies, sendo 294 endêmicas do território brasileiro). Segunda lugar em mamíferos (524 espécies).
Terceiro lugar em relação a aves (1.667 espécies).
Quarto lugar no que se refere a répteis (468 espécies).
A diversidade biológica brasileira está representada também pela grande variedade de biomas continentais:
Amazônia, como a maior floresta tropical remanescente, com 40% das florestas tropicais do planeta;
Cerrado, incluindo campos rupestres, com cerca de 2 milhões de Km2;
Mata Atlântica, que se estende do sul ao nordeste, em uma área de cerca de 1,1 milhão de Km2;
Caatinga, com vastas extensões semiáridas, incluindo as matas decíduas e remanescentes de florestas úmidas, com uma área de mais de 844 mil Km2;
Pampa, restrito ao Rio Grande do Sul, que se define por um conjunto de vegetação de campo em relevo de planície, com uma área de mais de 176 mil Km2, e o
Pantanal Mato-grossense, que representa a mais significativa área úmida conhecida, com cerca de 150 mil Km2 em território brasileiro (ITAQUI, 2002).

Fatores que levam à perda da biodiversidade
A crescente pressão social e a utilização desordenada dos recursos naturais pela população.
A fragmentação, onde essa é o isolamento de áreas contínuas de florestas por intermédio da transformação da paisagem circundante em outras formas de ocupação e uso da terra.
O maior impacto do processo de fragmentação florestal, causado pela exploração predatória, é a drástica redução da diversidade genética e mudanças no microclima.
A perda da biodiversidade pela degradação das florestas aparece sob a forma de erosão do solo, danos aos habitats silvestres e degradação das áreas de bacias, deterioração da qualidade da vida e redução das opções de usos dos recursos para a promoção do desenvolvimento local (SIMINSKI et al., 2004). 

Veja abaixo alguns animais que estão em extinção no Brasil:
Disponível em < http://igoraguiar.blogspot.com.br/2012_01_01_archive.html >. Acesso em 27 de fevereiro de 2013.

Técnicas moleculares e o seu uso na avaliação e conservação da biodiversidade
O advento de técnicas bioquímicas e moleculares baseadas na análise de polimorfismo de isoenzimas e fragmentos de DNA, possibilitaram a rápida proliferação do uso de marcadores moleculares no estudo de aspectos básicos de genética vegetal, bem como em programas de melhoramento genético (FERREIRA; GRATTAPAGLIA, 1998; FERREIRA, 2001).
Dessa forma, as técnicas moleculares apresentadas e discutidas a seguir, possuem a capacidade de amostrar o genoma em diferentes regiões, codificantes ou repetitivas, conservadas ou altamente mutáveis, podendo ser divididas em dois grupos: técnicas baseadas na amplificação de sequências de DNA e técnicas baseadas em hibridização de ácidos nucleicos.

Isoenzimas
Definidas por um grupo de múltiplas formas moleculares da mesma enzima, que ocorre em uma espécie, como resultado da presença de mais de um gene codificando cada uma das enzimas (MOSS, 1982). A análise de isoenzimas é a maneira mais direta e rápida de avaliar genotipicamente muitos locos em um grande número de indivíduos.

Marcadores Derivados Da Reação Da Polimerase Em Cadeia (Pcr)
A classe de marcadores identificados por amplificação do DNA baseia-se na reação da polimerase em cadeia ou Polymerase Chain Reaction (PCR). Essa técnica envolve a síntese enzimática in vitro de milhões de cópias de um segmento específico de DNA na presença da enzima polimerase.
As etapas básicas da PCR são:
Desnaturação do DNA;
Anelamento de oligonucleotídeos (primers) e,
Extensão das cadeias de DNA que estão sendo amplificadas.

Complementando o assunto com vídeos retirados do you tube:

Polymerase Chain Reaction (PCR):


Enzimas de restrições:


Técnicas desenvolvidas a partir da PCR, como RAPD, SSR e AFLP estão sendo de extrema importância em estudos da variabilidade genética.

Marcadores moleculares de amplificação do DNA
Random Amplified Polymorphic DNA (RAPD)
A técnica denominada RAPD (WILLIAMS et al., 1990) é relativamente simples, rápida e de baixos custos. Essa técnica análisa o polimorfismo molecular, permitindo a realização de estudos de análise genética em espécies que antes não era possivel. Diferentemente das demais técnicas de PCR, esta utiliza um único primer composto por 10 pares de bases de sequências arbitrárias com, no mínimo, 50% de conteúdo GC, e o número esperado de produto amplificado é função do comprimento do genoma e do número máximo de bases, passível de ser amplificado pelo DNA polimerase em uso (VIEIRA; VELLO; SILVA-FILHO., 2004).
A técnica de RAPD abriu amplas possibilidades para a biologia da conservação, desde plantas a mamíferos, possibilitando, ainda, um estudo rápido de populações ameaçadas de extinção.

Microssatélite ou Simple Sequence Repeats (SSR)
Os microssatélites são marcadores que consistem de pequenas sequências com um ou quatro nucleotídeos de comprimento, repetidas inúmeras vezes lado a lado e utilizam dois pares de primers específicos (20 a 30 bases) complementares a sequências únicas que flanqueiam o microssatélite.
SSR se apresenta como uma ferramenta extremamente eficiente na identificação e diferenciação de indivíduos, em coleções ex situ de germoplasma para verificar a identidade de dois acessos tidos como duplicados. Em coleções in situ de germoplasma, pode-se estudar a estrutura genética das populações mantidas naquelas condições, assim como em experimentos de seleção assistida e análise de pedigrees (FERREIRA, 2001).

Amplified Fragment Length Polymorphism (AFLP)
A técnica AFLP é uma combinação de RFLP e PCR, envolvendo quatro etapas: digestão do DNA genômico com enzimas de restrição, uma de corte raro e outra de corte frequente; ligação de adaptadores específicos amplificação seletiva de fragmentos com primers específicos; e separação dos fragmentos por eletroforese em gel de policrilamida.
Essa técnica pode ser utilizada na análise da variabilidade genética, análise de bancos de germoplasma, testes de identidade/paternidade e estudos populacionais (FERREIRA, 2001).

Marcadores moleculares de hibridização do DNA
Restriction Fragment Length Polymorphism (RFLP)
Tecnica mais utilizada, baseia-se no corte de DNA genomico por um ou mais enzimas de restrição, geramdo milhares de fragmentos, em seguida os fragmentos são separados pela heletroforese baseando no tamanho. Esses fragmentos são indentificados por uma sonda possuindo uma sequencias de bases complemetares ao fragmentos.
adequada para análise da variabilidade genética intra e interespecífica e mesmo intergenérica, trata-se de uma técnica trabalhosa, de custo elevado e moroso para obtenção de dados, portanto, de baixa acessibilidade (FERREIRA, 2001).

Minissatélites ou Variable Number of Tandem Repeats (VNTR)
Marcadores minissatélites são sequências de DNA cuja unidade repetitiva é observada lado a lado inúmeras vezes em um loco, e que se repetem também em vários outros locos no genomatécnica de alto conteúdo informativo, e capacidade multiplex um dos seus maiores atributos. Dezenas de locos são mostrados em uma única reação, com boa parte deles apresentando polimorfismo entre indivíduos de uma mesma população.

As técnicas biotecnológicas hoje disponíveis oferecem subsídios para a análise, conservação, preservação e melhoramento das espécies que compõem a biodiversidade, tendo em vista que diversas metodologias foram desenvolvidas nos últimos anos, com inúmeras aplicações tanto na área agrícola quanto na área médica. A crescente demanda global nesses setores, aliada à importância da preservação das florestas nativas e da biodiversidade, tornou essencial a adoção de estratégias biotecnológicas, as quais permitem uma análise genética mais acurada, contribuindo dessa forma, na indicação de metodologias para ações de manejo e recuperação de áreas degradadas.

Bibliografia:
SARTORETTO. Laudete. Diversidade genética e técnicas biotecnológicas. Laudete Maria Sartoretto, Paulo Celso Mello Farias. Unoesc & Ciências − ACET, Joaçaba, v. 1, n. 2, p. 155-162, jul./dez. 2010.

O conhecimento científico da biodiversidade e suas implicações no processo de desenvolvimento local.

A conservação da biodiversidade e a consequente conservação genética em fragmentos vegetais, devem incorporar as demandas ecológicas das espécies ameaçadas de extinção e espécies de interesse extrativista, assim como as demandas da população tradicional, proprietários rurais e comunidades locais. No contexto abordado, deve-se ter em mente que a degradação ambiental representa a “perda da base genética dos recursos naturais, reduzindo a margem de manobra das futuras gerações” (Bourlegat, 2000).
De acordo com o texto acima, discutiremos as estratégias e reações das pessoas diante a biodiversidade restante em fragmentos florestais que vão desde a restauração e recuperação para a proteção ambiental e para a produção, até o abandono das áreas, levando à degradação continuada. O ponto chave desta questão é que cabe ao proprietário rural, em última análise, tomar a decisão do uso da terra, baseado apenas em suas percepções ambientais, econômicas, tecnológicas, institucionais, culturais e de contexto social (Viana, 1995).
Iniciativas governamentais, tal como o Programa Pantanal, apoiado pelo Ministério do Meio Ambiente, a ser implementado na Bacia do Alto Paraguai em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, reforçam os intenção do manejo sustentável da Bacia do Alto Paraguai, através do monitoramento, gerenciamento e da conservação dos recursos naturais, ao mesmo tempo em que incentivam atividades econômicas compatíveis com o meio ambiente e os ecossistemas (Brasil-M.M.A, 1998c).
Sabemos que para fazer medidas adequadas de manejo das populações animais, deve-se ter em mãos informações detalhadas sobre a ecologia e o comportamento das diferentes espécies. Dados comportamentais e ecológicos são utilizados nas diferentes ações visando tanto à conservação de áreas florestais, manejo de espécies ameaçadas de extinção, programas de educação ambiental, bem como, em projetos de ecoturismo.
Tendo em vista os aspectos discutidos, sabemos da importante de se conhecer o comportamento das espécies animais e vegetais. Esse conhecimento favorece o interesse das pessoas nativas e que vivem nas áreas contíguas a esses ecossistemas, e estimula a conservação e manejo de diferentes espécies. Pessoas treinadas para esse fim podem ser importantes agentes em projetos científicos e relacionados à educação ambiental e, principalmente, àquelas atividades relacionadas ao ecoturismo e ao desenvolvimento sustentável.

Bibliografia:
RÍMOLI. Adriana. Biodiversidade, Biotecnologia e Conservação Genética em Desenvolvimento Local. Adriana Odalia-Rímoli, Eduardo José de Arruda, José Rímoli, Norlene Regina Bueno, Reginaldo Brito da Costa. Universidade Católica Dom Bosco.
INTERAÇÕES: Revista Internacional de Desenvolvimento Local. Vol. 1, N. 1, p. 21-30, Set. 2000.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Biodiversidade e biotecnologia

Foram abordadas no decorrer da apresentação algumas áreas do conhecimento em torno das noções de biodiversidade e biotecnologia:
Conservação genética, manejo de áreas florestais, comportamento e ecologia de mamíferos, com vistas ao aproveitamento das potencialidades naturais em um processo de desenvolvimento local. Diante da situação atual de degradação do meio ambiente, tornasse necessária a busca de alternativas para a conservação das áreas naturais remanescentes, levando-se em consideração, todavia, a necessidade de fixação, de bem-estar e de envolvimento das comunidades locais neste processo, fatores imprescindíveis para o êxito das ações que conduzem ao desenvolvimento local.

Brasil: o país da megadiversidade

Segundo Mittermeier e colaboradores (1999), um conceito simples de biodiversidade é a soma de toda a vida existente na Terra, compreendendo a grande variedade de espécies, ecossistemas e os processos ecológicos que formaram o nosso planeta.
Por outro lado, a biodiversidade, juntamente com os fatores abióticos, é responsável pela manutenção do equilíbrio e estabilidade dos ecossistemas, bem como fonte instimável
de recursos econômicos potencialmente exploráveis. Neste sentido, além de seu valor
intrínseco, a diversidade biológica possui valor ecológico, genético, social, econômico,
científico, educacional, cultural...
o Brasil possui a maior diversidade biológica do planeta, com alto índice de espécies endêmicas.
Esta diversidade biológica é muito expressiva tanto em relação às potencialidades genéticas como em relação ao número de espécies e de ecossistemas (Brasil-M.M.A, 1998a).

Vídeo retirado do you tube retratando o assunto abordado: Brasil, país da megadiversidade


População e produção

Sendo o Brasil um dos países que possui a maior diversidade biológica do planeta, vemos que essa diversidade advém da extensão territorial e da maior cobertura contínua de florestas tropicais do mundo, sendo representada pela Amazônia, acrescido de outros ecossistemas sul-americanos (Mata Atlântica, Caatinga, Cerrado e Pantanal). Essa riqueza biológica fornece
recursos materiais para o consumo humano, desde produtos para fins alimentares e medicinais, até matéria prima para construção habitacional e confecção de artefatos, todos geradores de renda em nível local, regional e internacional (Mittermeier &Bowler, 1993)

Biotecnologia

Biotecnologia é um conjunto de aplicações tecnológicas que se utiliza de princípios integrados da bioquímica, microbiologia e engenharia química, entre outras áreas, em sistemas biológicos e/ou microorganismos vivos ou em seus derivados, para criar ou alterar produtos ou mesmo processos para usos específicos (Rehm & Präve, 1987).
As linhas de pesquisa em biotecnologias são muitas: dos estudos básicos de organização
e regulação da expressão gênica, desenvolvimento de vacinas, biotecnologia
vegetal e animal, melhoramentos genéticos, métodos moleculares de detecção de agentes
patogênicos até a prospecção em fontes naturais, isolamento de extratos, estudo da atividade
das frações, purificação dos constituintes à modificação de biomoléculas para diversos
fins.
As novas biotecnologias têm atuado tanto na agricultura/pecuária quanto em diferentes áreas da saúde humana. As ações de bioprospecção em áreas de alta diversidade biológica têm aumentado em número e em intensidade em áreas com interesses diversificados,
como: empresas do setor químico e farmacêutico; instituições de ensino,
pesquisa e desenvolvimento; jardins botânicos e zoológicos; organizações não governamentais;
comunidades locais e populações indígenas.

Bibliografia:

RÍMOLI. Adriana. Biodiversidade, Biotecnologia e Conservação Genética em Desenvolvimento Local. Adriana Odalia-Rímoli, Eduardo José de Arruda, José Rímoli, Norlene Regina Bueno, Reginaldo Brito da Costa. Universidade Católica Dom Bosco.

INTERAÇÕES: Revista Internacional de Desenvolvimento Local. Vol. 1, N. 1, p. 21-30, Set. 2000.

Introdução

Nesse blog iremos discutir os aspectos relevantes da Genética, de acordo com as discussões dos textos trabalhados em sala de aula na disciplina Genética do curso de Ciências biológicas pela Universidade Estadual do Ceará.

Os temas abordados formam:
Biodiversidade, Biotecnologia e Conservação Genética em Desenvolvimento Local.
Diversidade genética e técnicas biotecnológicas.
Marcadores moleculares nos recursos genéticos e no melhoramento de plantas.


Disponível em < http://www.deboraflores.com.br/2012/11/a-genetica-e-o-resultado.html >. Acesso em 26 de fevereiro de 2013.