Disponivel em < https://www.dti.ufv.br/bioagro/files/fra/linhas.htm
>. Acesso em 28 de fevereiro de 2013.
Tipos
de descritores
Usam-se hoje uma
técnica para o melhoramento de plantas chamado descritores, os disponíveis são:
os morfológicos, de proteínas, enzimas e os de DNA.
Os descritores
têm tido papel fundamental na divulgação das características agronômicas de
novos materiais genéticos e podem influenciar decisivamente na escolha de
variedades por parte de agricultores e outros interessados. Descrevendo-os;
· Descritores baseados em proteínas e
enzimas: o uso desses representou um avanço para o melhoramento de plantas, não
apenas na caracterização de cultivares, mas também porque possibilitou a
obtenção de estimativas de distância genética entre genótipos e, assim, o
acesso à variabilidade existente.
· Descritores de DNA: tem capacidade de
detectar variação genética adicional, onde permiti uma ampla amostragem do
genoma de um indivíduo.
Marcadores
moleculares na caracterização de cultivares
Como já
foram citados com detalhes esses marcadores na postagem anterior sobre o
trabalho com o tema: Diversidade genética e técnicas biotecnológicas, iremos aqui fazer
apenas uma revisão desses marcadores.
Marcadores
moleculares: características de DNA que diferenciam dois ou mais indivíduos e
são herdadas geneticamente.
Os principais
tipos de marcadores moleculares podem ser classificados em dois grupos,
conforme a metodologia utilizada para identificá-los:
Hibridização de
sequência de DNA:
·
RFLP
(“Restriction Fragment Length Polymorphism”);
·
Minissatélites
ou locos VNTR (“Variable Number of Tandem Repeats”).
Amplificação de
DNA:
·
RAPD
(“Random Amplified Polymorphic DNA”);
·
Microssatélite (ou SSR - “Simple
Sequence Repeats”);
·
AFLP
(Amplified Fragment Length Polymorphism).
Comentando um
pouco sobre suas funções dessas técnicas:
RFLP:
tem revelado um grau de polimorfismo de intermediário a baixo, conforme a
espécie. Mesmo assim têm sido utilizados em um grande número de estudos de
caracterização de cultivares (Gebhardt et al., 1989; O’Donoughue et
al., 1994; Autrique et al., 1996) . Isso tem sido devido rincipalmente
a sua alta consistência e repetibilidade na obtenção dos resultados.
Os
minissatélites ou locos VTNR: apresenta alto grau de
polimorfismo, decorrente da variação na distribuição dos sítios de restrição,
das sondas utilizadas, e do número e tipos das sequências repetitivas. De fato,
utilizando apenas uma sonda de minissatélite, Nybom et al. (1990)
caracterizaram quatro cultivares de Malus sp., quatro de Prunus
serotina e oito de Rubus sp.
RAPD:
tem a desvantagem de ser de repetibilidade baixa e pouco consistente de um
laboratório para o outro, o que dificulta a comparação de dados obtidos em diferentes
locais. Assim, cuidados devem ser tomados na padronização da técnica no
laboratório para a caracterização de cultivares. O nível de polimorfismo obtido
com RAPDs varia grandemente com a espécie em questão, e tem sido utilizada com
sucesso na caracterização de variedades de cevada (Tinker et al., 1993;
Penner et al., 1998), e arroz (MacKill, 1995), entre outras.
Microssatélites:
elevado polimorfismo, por isso é uma das melhores opções para uso na
caracterização de cultivares, especialmente em germoplasma aparentado e de
baixa variabilidade.
AFLP:
possui grande capacidade para detecção de variabilidade genética e uso em
caracterização de cultivares. De fato, tem sido utilizado com sucesso em
girassol para essa finalidade (Hongtrakul et al, 1997).
Entre as
vantagens do uso desta estão o alto grau de polimorfismo e o mais alto número
de marcadores obtidos por gel analisado.
Aspectos
importantes na proteção de cultivares por marcadores de DNA
O potencial de uso de
marcadores moleculares para a caracterização de cultivares com fins de proteção
é enorme, como têm revelado trabalhos com diversas espécies vegetais (Milach,
1998b; Pecchioni et al, 1996).
O uso de marcadores
moleculares para registro de novas variedades ainda é limitado, mesmo em países
onde a proteção de cultivares já é praticada há bastante tempo.
No entanto, com a
recente disponibilidade de tecnologias de DNA que revelam alto nível de polimorfismo
e consistência nos resultados, é provável que os marcadores moleculares passem
a ser incluídos no registro de novos genótipos.
Existem, contudo,
ainda muitas questões relevantes a respeito da implementação rotineira de
marcadores moleculares para caracterização de cultivares com vistas a proteção
legal por parte dos interessados em usar esta tecnologia.
Usos
da caracterização e proteção de cultivares
A caracterização
de cultivares com marcadores moleculares, quando feita sistematicamente e com técnicas
padronizadas, podem levar a obtenção de um banco de dados precioso por parte do
programa de melhoramento. Esses dados poderão ser utilizados para inúmeros
objetivos, incluindo: a verificação de genealogias não confiáveis ou com falta
de informação (Lee et al., 1990); acesso a variabilidade existente no programa
e grau de diversidade genética (O’Donoughue et al., 1994; Cao &
Oard,N1997); auxílio no planejamento de cruzamentos, especialmente no caso de genótipos
elites e aparentados (Lee, 1995); definição de grupos heteróticos (Hongstrakul et
al., 1997) ; entre outros.
O conhecimento
do padrão molecular de cultivares possibilitará também o teste de pureza
genética de lotes de semente, e em alguns casos até de grãos.
No caso da
indústria cervejeira, que ajusta o processamento industrial para cultivares
específicas, a identificação precisa do germoplasma pode ser requerida em
várias etapas, incluindo na chegada do produto na maltaria.
Várias
organizações já utilizam testes bioquímicos para checar a qualidade do processo
e da semente produzida (Smith & Smith, 1992). Os marcadores moleculares
também poderão ser utilizados com esse objetivo.
Referência
MILLACH. Sandra. Marcadores moleculares nos recursos genéticos e no
melhoramento de plantas.
Recursos Genéticos e Melhoramento de Plantas para o Nordeste Brasileiro. Sandra Cristina Kothe Millach. Ph.D., Professora Departamento de Plantas de Lavoura. Fac.
Agronomia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
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